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Arte e Saber-fazer da Calçada Portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade

Os tapetes de pedra em calçada portuguesa, enquanto manifestação artística que embeleza grande parte das cidades portuguesas, nasceram em Lisboa, em 1841, com os contornos que hoje lhe atribuímos.

Arte e Saber-fazer da Calçada Portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade-1
09 set 2025
18:00
Palácio Beau Sejour
Entrada livre

Os tapetes de pedra em calçada portuguesa, enquanto manifestação artística que embeleza grande parte das cidades portuguesas, nasceram em Lisboa, em 1841, com os contornos que hoje lhe atribuímos. Contêm em si mesmos os conhecimentos técnicos e artesanais que uma classe profissional específica, os calceteiros, desenvolveu à medida que a arte foi evoluindo. Por um lado, a calçada portuguesa, porque maleável, foi-se adequando aos fenómenos estéticos de cada época, com o cunho que cada autor do desenho, anónimo ou de renome, lhe incutisse. Por outro lado, os seus artesãos, os calceteiros, enquanto detentores desta arte, foram afinando métodos e técnicas de talhe que possibilitaram uma maior maleabilidade e mesmo alguma criatividade de execução da sua parte. Trata-se de uma arte única, que é um dos mais icónicos elementos da identidade e cultura nacionais, apreciada pela sua beleza e singularidade mas que sem os seus executores deixará de existir. Assim, em 2021, a Associação da Calçada Portuguesa conseguiu a inscrição da Arte e Saber-Fazer da Calçada Portuguesa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, um passo importante para a dignificação de uma manifestação artesanal e artística cujo valor identitário e cultural, reconhecido no nosso país, é de importância vital para a imagem de tantas cidades e vilas portuguesas ou de monumentos a que se encontra associada, mas também, e sobretudo, para o reconhecimento dos calceteiros, profissionais fundamentais na construção e manutenção deste relevante património cultural imaterial e material nacional.Com o objetivo de ampliar este reconhecimento e afirmação, tanto a nível interno como internacional, no dia 14 de Março de 2025, a Associação da Calçada Portuguesa submeteu à Comissão Nacional da UNESCO a candidatura da Arte e Saber-Fazer da Calçada Portuguesa à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade de modo a enfatizar ainda mais a relevância do trabalho artesanal dos calceteiros.

Nota Curricular:

António Miranda (1960), licenciado em História pela Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras e Especialização em Ciências Documentais pela mesma faculdade. Em 1991 iniciou a sua actividade como historiador na Câmara Municipal de Lisboa, tendo desenvolvido trabalho de investigação em bairros históricos (Madragoa, Bairro Alto e Bica). Coordenador e formador de cursos nas áreas da Reabilitação Urbana, História da Arquitectura, Olisipografia, História da Azulejaria, entre outros, especialmente dirigidos a funcionários municipais. De Maio de 2013 a Janeiro de 2015 foi director interino do Museu da Cidade. Em Fevereiro de 2015 assumiu a coordenação do Museu de Lisboa-Palácio Pimenta, cargo que, a seu pedido e por razões pessoais, abdicou a 30 Junho de 2016, aquando da passagem daquele equipamento para a EGEAC. Integrou, em Maio 2017, o grupo de trabalho do projecto europeu R.O.C.K. Convidado a integrar, como historiador da Câmara Municipal de Lisboa destacado, a Associação da Calçada Portuguesa, para onde transitou em Maio de 2019. Coautor das candidaturas da Arte e Saber-fazer da Calçada Portuguesa ao Inventário do Património Cultural Imaterial nacional (2021) e à UNESCO (2025). Comissariou várias exposições de temática olisiponense e é autor de vários artigos e comunicações dentro da área do património, olisipografia e reabilitação urbana. Coleccionador de cerâmica art déco, portuguesa e europeia, e coautor do blog sobre cerâmica Moderna Uma Outra Nem Tanto.

Local: Palácio do Beau Séjour