Este projeto visa, através da análise de milhares de documentos avulsos de cronologias alargadas, reconstituir digitalmente a malha urbana de Lisboa durante a Idade Média (meados do séc. XV), localizar topónimos e micro-topónimos, edifícios de maior relevância e os “pontos quentes da cidade”, bem como a reconstituição integral de algumas artérias e respetivos edifícios. O resultado imediato deste trabalho de análise e pesquisa será uma ou mais plantas (2D) da cidade no período referido, contemplando ainda uma breve ficha descritiva para alguns edifícios e locais. 

Através das fontes, designadamente das fontes iconográficas, o projecto ambiciona ainda a reconstituição tridimensional de alguns desses edifícios. Para isso estamos também a reformular digitalmente (tintagem) algumas vistas quinhentistas de Lisboa designadamente a chamada panorâmica de Lisboa da biblioteca da Universidade de Leiden, que será também objeto de análise própria, com a identificação dos principais edifícios e locais nela representados. 

O projeto “Reconstituição de Paróquias e História da População de Lisboa: do Século XVI até ao Terramoto de 1755”, é desenvolvido com a colaboração institucional e metodologia do grupo Pessoas, Mercados e Políticas do CITCEM (Universidade do Porto), atualmente com a construção e manutenção de onze bases de dados demográficas e sociais da população da capital (de 40 freguesias), com c. 375 mil registos individuais de pessoas que nasceram, casaram e morreram em Lisboa entre os séculos XVI e XVIII. 

As bases de dados construídas a partir da informatização normalizada dos registos paroquiais de Lisboa contam com outra informação genealógica complementar de grande interesse científico para o estudo das populações do passado recolhida sistematicamente noutras fontes históricas - Arquivo Histórico Municipal de Lisboa, Torre do Tombo, Arquivo do Patriarcado de Lisboa, etc.  

As bases concluídas estão alocadas em PORGENER Portuguese Genealogical Repository, e no site do GEO. Disponíveis no webiste csarmento.uminho

Este projeto tem uma dimensão considerável e de grande importância para a valorização do património memorial da cidade, resgatando do passado toda a população urbana, isto é, todos os que em Lisboa habitaram, nasceram, casaram, morreram até meados do Século XVIII, satisfazendo simultaneamente interesses científicos e a herança cultural. 

No âmbito do cinquentenário das primeiras eleições autárquicas livres e democráticas em Portugal, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, o objetivo desta exposição será assinalar a eleição da vereação de 1976, no microcosmo do concelho de Lisboa, capital de Portugal. O título da exposição, evoca a celebração da Liberdade e da Democracia que marcou este evento histórico. 

No ano de 1976 consolidou-se a construção da Democracia no nosso país, com três eleições sucessivas: as eleições legislativas (25 de abril), as eleições presidenciais (27 de junho) e, por fim, as eleições autárquicas (12 de dezembro) onde se elegeram os representantes dos partidos para as câmaras municipais, assembleias municipais e assembleias de freguesia. 

A exposição oferecerá um trajeto cronológico sobre as eleições municipais de Lisboa, da I República às eleições de 1976, salientando as mudanças legislativas e políticas ocorridas ao longo do século XX, período temporal marcado pela ditadura do Estado Novo. Este enquadramento histórico do tema enriquecerá a narrativa sobre o ato eleitoral de 1976, sinalizando a sua importância na política local e conquistas do direito de voto e cidadania ativa, no pós-25 de Abril, no quadro da construção do Portugal democrático. 

O projeto À volta da mesa: vida social em Lisboa e a Coleção de Ementas de Matos Sequeira propõe-se explorar a vertente social e gastronómica da Lisboa dos finais do século XIX e primeira metade do século XX, a partir de um acervo singular conservado no Gabinete de Estudos Olisiponenses. Trata-se da coleção de ementas pertencente a Gustavo de Matos Sequeira (1880-1962), olisipógrafo, jornalista e escritor, que testemunha os circuitos sociais e os hábitos alimentares da época. 

Esta coleção é composta por 231 documentos, entre ementas, convites, recortes de jornais e outros materiais associados. Embora apenas duas ementas apresentem a planta da mesa ou a localização dos convidados, o conjunto permite reconstituir momentos de convívio e perceber as dinâmicas sociais e culturais em torno da mesa. As ementas, variando entre almoços, jantares, banquetes e ceias, diferem no grafismo, na descrição dos pratos e vinhos servidos, nos locais e no perfil dos participantes. Uma leitura atenta destas fontes oferece a possibilidade de mapear tendências gastronómicas, espaços de sociabilidade e redes de relações em Lisboa. 

O projeto prevê a digitalização integral do acervo, a organização cronológica das ementas e a produção de verbetes individuais para cada documento, com identificação do evento, dos convivas, dos locais e dos pratos servidos. Sempre que possível, serão registadas receitas e informações sobre os vinhos apresentados. Pretende-se também elaborar pequenos textos sobre os espaços e as figuras que participavam nestas ocasiões.